O ATO DE CONHECER

Tradicionalmente, costuma-se definir conhecimento como o modo pelo qual o sujeito se apropria do objeto pelos sentidos e pela inteligência. Podemos distinguir entre o ato e o produto do conhecimento.

  • O ato do conhecimento diz respeito à relação que se estabelece entre o sujeito que conhece e o objeto a ser conhecido. Mas podemos ter por objeto de conhecimento também a própria mente, quando percebemos nossos afetos, desejos e ideias.
  • O produto do conhecimento é o que resulta do ato de conhecer, ou seja, o conjunto de saberes acumulados e recebidos pela cultura, bem como os saberes que acrescentamos à tradição: as crenças, os valores, as ciências, as religiões, as técnicas, as artes, a filosofia, etc.
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Modos de Conhecer

De que maneira aprendemos o real? Geralmente consideramos o conhecimento como uma ato da razão, pelo qual encadeamos ideias e juízos para chegar a uma conclusão. Essas etapas compõem o nosso raciocínio. No entanto, conhecemos o real também pela intuição. Vejamos a diferença entre intuição e conhecimento discursivo.

A INTUIÇÃO

A intuição é um conhecimento imediato - alcançado sem intermediários - um tipo de pensamento direto, uma visão súbita. Por isso a intuição é inexplicável: como poderíamos explicar em palavras a sensação do vermelho? Ou a intensidade do amor ou ódio? 
A intuição é também um tipo de conhecimento que não se demonstra. No entanto, foi responsável por grandes saltos no saber humano, materializados nas invenções e nas descobertas. As artes também são conhecimentos intuitivo.
Neste sentido, a intuição se expressa de diversas maneiras, entre as quais destacamos:

a) Intuição Empírica: percepção baseada na experiência;
b) Intuição Inventiva: comum ao sábio, artista, inventor, quando descobrem soluções súbitas, como uma hipótese fecunda ou uma inspiração inovadora.
c) Intuição Intelectual: quando procura captar diretamente a essência do objeto sem a necessidade de provas. Descartes, filósofo francês, considerou que a intuição "penso, logo existo" trata de uma primeira verdade incontestável, apesar de não poder provar, pois só duvida quem pensa, mas para pensar deve-se estar vivo e existir, Portanto, penso e existo.

O que eu sou? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? Uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que i... Frase de René Descartes.Imagem relacionada

CONHECIMENTO DISCURSIVO

Para conhecermos a realidade, a razão vai além das informações concretas e imediatas recebidas por intuição e organiza-as em conceitos ou ideias gerais. Esses conceitos e ideias são devidamente articulados pelo encadeamento de juízos e raciocínios, levando a demonstrações e conclusões. Portanto, o conhecimento discursivo, ao contrário da intuição, precisa da palavra, da linguagem.
Como se dá, então, o conhecimento?
Ao afastar-se do vivido, a razão enriquece o conhecimento pelas noções abstratas que permitem a interpretação e a crítica da realidade. Esse distanciamento, porém, como enfatizam alguns filósofos, ao mesmo tempo que oferece ganhos, pode representar um empobrecimento da experiência intuitiva que temos do mundo e de nós mesmos. Por isso, o conhecimento se faz pela relação contínua entre intuição e razão, vivência e teoria, concreto e abstrato.

TEXTO DO LIVRO DIDÁTICO: Filosofar com textos: temas e histórias da filosofia (Maria Lúcia de Arruda Aranha).



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