O Mito de Narciso
Em tempos idos, na Grécia, o rio Cefiso engravidou a ninfa Liríope. Meses depois, Liríope, apesar de não desejar a gravidez, deu à luz uma criança de beleza extraordinária. Por causa disso, Liríope consultou o adivinho Tirésias sobre o futuro de seu filho, e ele vaticinou que Narciso viveria, desde que nunca visse sua própria imagem.
Sob essa condição, ele cresceu e tornou-se um moço tão belo quanto o fora em criança. Não havia quem não se apaixonasse por ele. Narciso, entretanto, permanecia indiferente.
Um dia, porém, estando sedento, Narciso aproximou-se das águas plácidas de um lago e ao se curvar para beber, viu sua imagem refletida no espelho das águas. Maravilhado com sua própria figura, apaixonou-se por si mesmo. Desesperadamente, passou a precisar do objeto de seu amor, viu que não conseguiria mais viver sem aquele ser deslumbrante.
Desvairado, inclinando-se cada vez mais ao encontro do ser amado, mergulhou nos braços frios da morte. Às margens do lago, nasceu uma entorpecedora flor: o narciso. Ela relembra para sempre o destino trágico daquele que aparentemente apaixonado por si mesmo, era, na verdade, incapaz de amar.
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