O QUE FAZER PARA NÃO SER ENGANADO COM NOTÍCIAS FALSAS?
Material de apoio 6s anos
Principais problemas:
Como podemos identificar se uma notícia é falsa ou não?
Como saber se uma opinião possui erros?
O que fazer para não sermos enganados e manipulados?
O que é verdade? Ela é importante?
O que é pós-verdade?
Introdução:
- Neste material discutiremos ideias básicas sobre método para evitarmos falsas ideias. Discutiremos a ideia de verdade, falsidade, mentira e pós-verdade. Veremos algumas ideias (noções) de Sócrates e Carl Sagan que se preocuparam com essas questões. Também analisaremos o conceito atual de opinião e pós-verdade.
Sócrates e o seu método filosófico
O que é a verdade? Ela é importante? Como podemos saber se uma opinião é verdadeira ou falsa?
Essas e outras perguntas, muitos filósofos se fizeram e buscaram construir meios para evitarem o erro e a falsidade. Podemos dizer que Sócrates foi o primeiro a se preocupar com essas questões e buscou combater falsas opiniões a partir de um método investigativo, conhecido como método dialético (diálogo crítico).
Essas e outras perguntas, muitos filósofos se fizeram e buscaram construir meios para evitarem o erro e a falsidade. Podemos dizer que Sócrates foi o primeiro a se preocupar com essas questões e buscou combater falsas opiniões a partir de um método investigativo, conhecido como método dialético (diálogo crítico).
Basicamente, o método socrático era baseado em fazer perguntas ao seu interlocutor até o momento que ambos percebessem que havia um erro naquilo que seu interlocutor dizia. Essa fase é chamada de Ironia ou Refutação.
Segue o link de um trecho do Filme Sócrates e como o filósofo procedia - seu diálogo com o sofista Hípias sobre o que é o belo?
https://www.youtube.com/watch?v=nSs-tNRZGYI
(Para saber mais sobre o método socrático, procurem o texto Diálogo - o método socrático).
(Para saber mais sobre o método socrático, procurem o texto Diálogo - o método socrático).
Posteriormente, junto com seu interlocutor, buscavam chegar a um ponto em que não houvesse mais nenhuma dúvida, chegando a um consenso. Para Sócrates esse consenso seria o CONCEITO. E supostamente a verdade, pois não geraria mais nenhuma dúvida. Essa fase do diálogo, chama-se Maiêutica (parto de ideias) e seria como um parto de ideias, sendo Sócrates o parteiro, por conduzir o diálogo e seu interlocutor quem dará a luz - a descoberta do conceito.
Durante muito tempo a filosofia se preocupou e buscou a verdade: o que é verdade? Existe uma verdade absoluta? Qual é a sua importância?
Mas podemos dizer, que a própria ideia de verdade é bastante complicada e questionável. Ainda mais na atualidade, num período das pós-verdades.
Neste sentido, Sócrates foi o primeiro filósofo a se preocupar com a verdade e toda a tradição posterior também se preocupou em alcançar a verdade, sendo como uma verdade absoluta e inquestionável (alvo D da imagem). Para a tradição a verdade seria fundamental, pois é como nos guiamos e nos orientamos, logo, todo conhecimento, ética e política deveriam estar alinhadas a verdade.
Entretanto, é na contemporaneidade que a ideia de verdade passa a ser questionada. Nietzsche foi o primeiro a levantar essa questão, deixando de ser uma das principais indagações filosóficas. Pensa-se na verdade como algo diferente da própria tradição anterior.
Podemos dizer que, para a filosofia e ciência não há verdades absolutas, mas verdades consensuais e fatos objetivos que podem ser comprovados e demonstrados dentro de uma realidade (alvo C a Filosofia e B a ciência). Em outras palavras a verdade deixa de ser um alvo a ser mirado e atingido como a tradição pensava (alvo D), mas passa a ser considerado como algo a ser aproximado.
Entretanto, não significa que a verdade deixou de ser importante. Hoje se discute novamente a verdade, principalmente nos debates políticos devido a um fenômeno social chamado de pós-verdade e os perigos de falsos ideias serem consideradas verdadeiras ou da manipulação das pessoas (alvo A da imagem). Que nada mais é que sustentar algo sem nenhum critério e fundamento. É a opinião pela opinião sendo válida porque acredito que é assim.
O que é Verdade?
Mas podemos dizer, que a própria ideia de verdade é bastante complicada e questionável. Ainda mais na atualidade, num período das pós-verdades.
Neste sentido, Sócrates foi o primeiro filósofo a se preocupar com a verdade e toda a tradição posterior também se preocupou em alcançar a verdade, sendo como uma verdade absoluta e inquestionável (alvo D da imagem). Para a tradição a verdade seria fundamental, pois é como nos guiamos e nos orientamos, logo, todo conhecimento, ética e política deveriam estar alinhadas a verdade.
Entretanto, é na contemporaneidade que a ideia de verdade passa a ser questionada. Nietzsche foi o primeiro a levantar essa questão, deixando de ser uma das principais indagações filosóficas. Pensa-se na verdade como algo diferente da própria tradição anterior.
Podemos dizer que, para a filosofia e ciência não há verdades absolutas, mas verdades consensuais e fatos objetivos que podem ser comprovados e demonstrados dentro de uma realidade (alvo C a Filosofia e B a ciência). Em outras palavras a verdade deixa de ser um alvo a ser mirado e atingido como a tradição pensava (alvo D), mas passa a ser considerado como algo a ser aproximado.
Entretanto, não significa que a verdade deixou de ser importante. Hoje se discute novamente a verdade, principalmente nos debates políticos devido a um fenômeno social chamado de pós-verdade e os perigos de falsos ideias serem consideradas verdadeiras ou da manipulação das pessoas (alvo A da imagem). Que nada mais é que sustentar algo sem nenhum critério e fundamento. É a opinião pela opinião sendo válida porque acredito que é assim.
Pós- verdade
Em uma época em que notícias falsas são disseminadas (fake news), boatos passam a valer como verdade e a opinião sem fundamento algum vale mais que os fatos objetivos o termo PÓS-VERDADE passa a fazer parte do nosso vocabulário e dos dicionários.
Pós-verdade é quando as crenças pessoais passam valer mais que a realidade, sendo muito utilizada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate político. Como isso ocorre?
Especialistas acreditam que o advento das mídias sociais contribuem significativamente para a formação e disseminação das pós-verdades. É como alguém contar um boato que se espalha rapidamente viralizando e ganhando notoriedade. É como se as pessoas passassem a acreditar não pelo poder de convencimento da verdade (dos fatos objetivos), mas porque querem assim e outras pessoas também pensam assim e o que importa é a opinião própria e não a objetividade da realidade.
Por exemplo, o caso da mulher que é confundida com uma assassina, sendo espancada até a morte por populares que acreditaram na fake news.
Reportagem no link abaixo:
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html
Como evitar as pós-verdades?
Reportagem no link abaixo:
http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-morta-apos-boato-em-rede-social-e-enterrada-nao-vou-aguentar.html
Como evitar as pós-verdades?
Sendo mais crítico e cético (não colocando fé em tudo que é noticiado). Buscando comprovar se aquilo que está sendo dito realmente tem algum fundamento. Carl Sagan foi um cientista que buscou combater esse tipo de postura, criando um kit para detectar mentiras.
Carl Sagan: como combater falsas ideias
Carl Sagan não é um filósofo, mas um cientista contemporâneo bastante conhecido e respeitado. Preocupado com superstições e falsas ideias, em seu livro "O Mundo Assombrado por Demônios", o pensador formula um método de como detectar mentiras.
Segue os passos descritos pelo cientista de como se prevenir:
1 – Sempre que possível, deve haver confirmação independente dos “fatos”.
2 – Estimular um debate substancial sobre as evidências por notórios partidários de todos os pontos de vista.
3 – Argumentos de autoridade têm pouco peso – “autoridades” cometeram erros no passado. Elas voltarão a cometê-los novamente no futuro. Talvez a melhor maneira de dizer isso é que na ciência não existem autoridades; no máximo, há especialistas.
4 – Elaborar mais de uma hipótese. Se há algo a ser explicado, pense em todas as maneiras diferentes como poderia ser explicado. Então, pense em testes pelos quais você pode refutar sistematicamente cada uma das alternativas. O que sobrevive, a hipótese que resiste à refutação nesta seleção darwiniana entre as “várias hipóteses de trabalho”, tem uma chance muito melhor de ser a resposta correta do que se você tivesse simplesmente agarrado a primeira ideia que passou por seu pensamento.
5 – Tente não ser excessivamente ligado a uma hipótese só porque é sua. Ela é apenas uma estação intermediária no caminho pela busca do conhecimento. Pergunte-se porque você gosta da ideia. Compare-a imparcialmente com as alternativas. Veja se você pode encontrar razões para rejeitá-la. Se não o fizer, outros o farão.
6 – Quantificar. Se aquilo que você está explicando tem alguma medida, alguma quantidade numérica ligada a ela, você vai ser muito melhor capaz de discriminar entre hipóteses concorrentes. O que é vago e qualitativo está aberto a muitas explicações. Claro que existem verdades que devem ser buscadas nas muitas questões qualitativas que somos obrigados a enfrentar, mas encontrá-las é mais desafiador.
7 – Se há uma cadeia de argumentos, todos os elos da cadeia devem funcionar (incluindo a premissa) – e não apenas a maioria deles.
8 – Navalha de Occam. Esta conveniente regra de ouro encoraja-nos quando somos confrontados com duas hipóteses que explicam os dados igualmente bem, em escolher a mais simples.
9 – Sempre perguntar se a hipótese pode ser, pelo menos em princípio, falseada. Proposições que não são testáveis, irrefutáveis, não valem muito. Considere a grandiosa ideia de que nosso Universo e tudo nele é apenas uma partícula elementar – um elétron, por exemplo – de um Cosmos muito maior. Mas se nunca podemos adquirir informações de fora do nosso Universo, esta ideia não é incapaz de ser refutada? Você deve ser capaz de verificar as afirmações. Aos céticos inveterados deve ser dada a oportunidade de seguir seus raciocínios, a replicar os seus experimentos e ver se eles indicam os mesmos resultados.
Em resumo, o Kit de Carl Sagan, nada mais é que buscar criar uma postura crítica e lembrar sempre que antes de acreditarmos em qualquer coisa, devemos sempre buscar comprovar para não sermos enganados e/ou manipulados.
Abaixo segue links que podem contribuir para o entendimento do kit de Carl Sagan:
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