OS SOFISTAS e a arte do convencimento

Material de apoio para as turmas dos 6s anos

Objetivos:
- auxiliar nos estudos das avaliações sobre a sofística;
- auxiliar nas discussões em sala de aula;
- trazer noções conceituais;
- dar uma ideia de contexto da Pólis grega da época e democracia grega;
- assimilar alguns aspectos com os dias de hoje;
- dar noção da origem, importância e processos democráticos.

A SOFÍSTICA E A FILOSOFIA


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A partir do século V a. C. começa uma nova fase na filosofia grega. Se até então a preocupação dos pensadores (pré-socráticos) era essencialmente a cosmologia, isto é, determinar a origem das coisas, a substância comum a tudo, o por que da mudança das coisas entre outras questões; é a partir desse período que aumenta o interesse pelo próprio ser humano e seu modo de vida, ou seja, todas as indagações filosóficas (dúvidas e questões) agora são voltadas para o ser humano e a sua vida prática - a vida em grupo e sociedade (um ideal de ser humano). Neste período as cidades gregas, chamadas de Pólis, tiveram um grande crescimento cultural e econômico, o que levou seus cidadãos a criarem meios para se organizarem e viverem de modo civilizado. Esse meio foi chamado de Democracia, em que todos se reuniam em praças públicas para discutirem a criação de leis, o que deveria ser modificado e melhorado na Pólis. 

A democracia desta época era um pouco diferente da atual que conhecemos. Apesar de votarem abertamente, expressando sua opinião e vontade, tudo era decidido por vários diálogos entre todos. Todos que eram cidadãos (somente homens, ficando de fora mulheres, estrangeiros e crianças) tinham o direito de falar o que pensavam, serem ouvidos e discutirem caso discordassem ou não. A ideia era defender um ponto de vista (opinar) o que deveria ser feito e defender seu posicionamento de modo argumentativo. Hoje podemos dizer que seria um pouco parecido com decisões que tomamos em sala de aula entre grupos de estudantes ou em reuniões de condomínio.
Neste sentido, podemos dizer que falar bem, saber argumentar e convencer os outros a aceitarem sua opinião era algo valorizado entre os gregos trazendo prestígio e fama entre cidadãos.
Diferente do período anterior, o cidadão da Pólis comprometido com a cidade e vida política, passa a ser o ideal de ser humano, que toma lugar do guerreiro aristocrático do período dos mitos (período homérico). Do forte guerreiro para o pensador que sabe usar bem a palavra.


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Foi neste ambiente que surge os Sofistas, que não eram filósofos, mas professores - mestres na arte do convencimento. Geralmente eram viajantes que dominavam a arte de falar bem em público e seu público eram de jovens que buscavam a formação política, prestígio e respeito entre concidadãos. Os Sofistas ensinavam gramática (não falar errado), retórica (como discursar/argumentar) e artes liberais (que acredita-se ser um pouco sobre cultura em geral da época). Esses profissionais eram pagos por seus serviços. Os Sofistas mais conhecidos foram Górgias de Leontini e Protágoras de Abdera.

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O termo sofistas teria como significado (a arte do falar bem) e historicamente os sofistas ficaram conhecidos (considerados) como farsantes. Homens que não se importavam com a verdade, mas apenas com o convencimento. Como não escreveram absolutamente nada, o que sabemos sobre eles foi por meio de seus inimigos - os filósofos em especial Platão e Aristóteles que acreditavam que se o sofisma ocupasse o lugar da filosofia, tudo se resumiria a retórica e abandonaríamos a busca pela verdade. O convencer, o desejo de triunfar - da minha verdade pessoal estar acima da verdade factual seria um prejuízo enorme para o bem estar de todos em sociedade.

Apesar da história da filosofia ter combatido a sofística, sendo estigmatizados como vilões (lado negro da força) existem pesquisadores contemporâneos que discordam dessa ideia, alegando que esses homens contribuíram muito para o desenvolvimento da gramática e cultura grega, que também seria importantíssimo para a própria filosofia.

ALGUNS IDEIAS DE GÓRGIAS E PROTÁGORAS:

Para Protágoras de Abdera "o homem é a medida de todas as coisas". Para ele existe um relativismo ligado ao discurso, ou seja, cada ser humano possui a sua verdade. Que será comprovada ou não pelo convencimento. 

Para Górgias de Leontini "a realidade é aliada ao discurso". Restaria ao discurso apenas o papel de convencer os outros, e não o de alcançar a verdade. 

OS SOFISTAS DOS DIAS ATUAIS:

Nos dias atuais a opinião é super valorizada. Ter uma opinião - um posicionamento sobre tudo é valorizado. Vemos isso nas mídias pessoas opinando sobre tudo: política, fatos que aconteceram, modo de ser, orientação sexual, juízos de gosto, etc. Geralmente se é associado que ter um ponto de vista sobre os tudo é inteligência. Mas será isso mesmo? 

Não há nada que prove que saber opinar, ter opiniões e saber convencer os outros, estaria ligado a inteligência. Apesar que tudo nos leva a crer que é um indicativo de inteligência. Apesar disso, para filosofia e para o mundo atual, apenas opinar por opinar é preocupante, pois muitas destas opiniões não teriam o mínimo de conhecimento de causa dos fatos da realidade, sendo o que chamamos de pós-verdades. 

Também podemos ver muitos Sofistas quando observamos os debates ou propagandas políticas. Pessoas despreparadas, sem nenhum conhecimento de causa sobre a realidade, mas apenas dizendo o que o eleitor quer ouvir, sendo oportunista, usando da retórica para se dizer ou não o que se deve dizer (ou fazer) de maneira oportuna, porque o eleitor quer ouvir e ver.

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